Por Osmar Casagrande
Fui agraciado com uma honraria, coisa rara, nos dias que correm (aliás, não correm, voam!). Mas o importante é que, quanto mais rara, tão mais agradável recebê-la. Não sou dado a honrarias, títulos e que tais, mas desta vez, realmente calou-me fundo pela singeleza de minha ação.
A honraria que recebi foi um diploma de Honra ao Mérito “em reconhecimento à (nossa) contribuição ao fomento da Literatura Tocantinense”, conferido a mim pela Academia Gurupiense de Letras, à qual o dinamismo de Zacarias Martins empresta uma aura de urgência e realização, no desempenhar de suas funções de Secretário Executivo.
O que mais me impressionou nesse ato foi o motivo que fez-me merecedor: as ações que realizei enquanto exerci o cargo (e a responsabilidade) de Gerente de Literatura na Fundação Cultural do Estado do Tocantins, cargo do qual fui defenestrado pelo atual presidente daquela entidade, em fins de março deste ano.
Claro é que, por ter sido dispensado, sempre sentia em meu íntimo um resquício de travo de desgosto, não por não mais exercer a função, mas pela sensação de que havia, de algum modo, falhado em minhas obrigações, e daí a dispensa. Isto posto, torna-se claro que a homenagem ora recebida tem sabor de remédio bom (tipo biotônico) que envolveu-me a alma e curou as possíveis feridas, pois me é nítida a sensação de que a comunidade literária do Tocantins aprovou e aprova o trabalho que desenvolvi e, de algum modo (limitadíssimo, por falta de condições), continuo a desenvolver.
Aprendamos com o fato. O episódio mostra claramente que há falta de preparo e/ou de sensibilidade aos dirigentes (restrinjo-me aqui à área da cultura), já que nem sempre sabem avaliar os reais valores de que dispõem e de que podem dispor.
Estamos em época de definição de dirigentes para os diversos setores do governo do Estado, e o momento é bastante propício ao que vou aventar. Solicito, com a falta de humildade que me vem do fato de ser cidadão consciente de minha condição (porque o cidadão não tem que ser humilde nem servil; tem apenas que exercer seu direito de cidadania!), que o dirigente máximo do Estado do Tocantins, governador eleito para o período 2011-2014 tenha cuidado máximo ao designar seus servidores imediatos. Que tais servidores, minimamente, cumpram a lei, pois o que se vê é que nem mesmo isso acontece.
Não são palavras vãs: a Bolsa de Publicações Dr. Maximiano da Mata Teixeira é uma lei estadual. E foi esquecida durante muito tempo, só retornando seu funcionamento devido ao empenho máximo da deputada Josi Nunes e, de novo ignorada em 2010! Mais: a comunidade artística e ativa na política cultural no Tocantins brigou muito pela instituição do Fundo de Cultura que, depois de muito esforço, foi aprovado e sancionado, e é lei, mas a notícia que temos é que não foi contemplado no orçamento para o próximo ano. De duas uma: é má fé ou incompetência.
Cabe ao novo governador nomear alguém competente para exercer a função. A cultura, senhores, é tudo. O mais é decorrência: educação, política, economia etc., pois todos os ramos de desenvolvimento humano estão adstritos aos traços culturais dos grupamentos humanos. Cuidemos da cultura e estaremos cuidando do homem integralmente.
Uma última palavra aos caros amigos da Academia Gurupiense de Letras: meus queridos, como podem depreender do conteúdo deste texto, vosso ato tão generoso para comigo foi de fundamental importância para meu estado de espírito. Oxalá possamos continuar a trabalhar com afinco em prol da Literatura e da boa política cultural no Tocantins. Todos nós, tocantinenses de nascimento ou por adoção, merecemos crescer e nos desenvolver culturalmente. Muitíssimo obrigado.
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Osmar Casagrande (foto) é operário das letras: poeta, contista, cronista. E-mail: osmar.casagrande@gmail.com
Fui agraciado com uma honraria, coisa rara, nos dias que correm (aliás, não correm, voam!). Mas o importante é que, quanto mais rara, tão mais agradável recebê-la. Não sou dado a honrarias, títulos e que tais, mas desta vez, realmente calou-me fundo pela singeleza de minha ação.
A honraria que recebi foi um diploma de Honra ao Mérito “em reconhecimento à (nossa) contribuição ao fomento da Literatura Tocantinense”, conferido a mim pela Academia Gurupiense de Letras, à qual o dinamismo de Zacarias Martins empresta uma aura de urgência e realização, no desempenhar de suas funções de Secretário Executivo.
O que mais me impressionou nesse ato foi o motivo que fez-me merecedor: as ações que realizei enquanto exerci o cargo (e a responsabilidade) de Gerente de Literatura na Fundação Cultural do Estado do Tocantins, cargo do qual fui defenestrado pelo atual presidente daquela entidade, em fins de março deste ano.
Claro é que, por ter sido dispensado, sempre sentia em meu íntimo um resquício de travo de desgosto, não por não mais exercer a função, mas pela sensação de que havia, de algum modo, falhado em minhas obrigações, e daí a dispensa. Isto posto, torna-se claro que a homenagem ora recebida tem sabor de remédio bom (tipo biotônico) que envolveu-me a alma e curou as possíveis feridas, pois me é nítida a sensação de que a comunidade literária do Tocantins aprovou e aprova o trabalho que desenvolvi e, de algum modo (limitadíssimo, por falta de condições), continuo a desenvolver.
Aprendamos com o fato. O episódio mostra claramente que há falta de preparo e/ou de sensibilidade aos dirigentes (restrinjo-me aqui à área da cultura), já que nem sempre sabem avaliar os reais valores de que dispõem e de que podem dispor.
Estamos em época de definição de dirigentes para os diversos setores do governo do Estado, e o momento é bastante propício ao que vou aventar. Solicito, com a falta de humildade que me vem do fato de ser cidadão consciente de minha condição (porque o cidadão não tem que ser humilde nem servil; tem apenas que exercer seu direito de cidadania!), que o dirigente máximo do Estado do Tocantins, governador eleito para o período 2011-2014 tenha cuidado máximo ao designar seus servidores imediatos. Que tais servidores, minimamente, cumpram a lei, pois o que se vê é que nem mesmo isso acontece.
Não são palavras vãs: a Bolsa de Publicações Dr. Maximiano da Mata Teixeira é uma lei estadual. E foi esquecida durante muito tempo, só retornando seu funcionamento devido ao empenho máximo da deputada Josi Nunes e, de novo ignorada em 2010! Mais: a comunidade artística e ativa na política cultural no Tocantins brigou muito pela instituição do Fundo de Cultura que, depois de muito esforço, foi aprovado e sancionado, e é lei, mas a notícia que temos é que não foi contemplado no orçamento para o próximo ano. De duas uma: é má fé ou incompetência.
Cabe ao novo governador nomear alguém competente para exercer a função. A cultura, senhores, é tudo. O mais é decorrência: educação, política, economia etc., pois todos os ramos de desenvolvimento humano estão adstritos aos traços culturais dos grupamentos humanos. Cuidemos da cultura e estaremos cuidando do homem integralmente.
Uma última palavra aos caros amigos da Academia Gurupiense de Letras: meus queridos, como podem depreender do conteúdo deste texto, vosso ato tão generoso para comigo foi de fundamental importância para meu estado de espírito. Oxalá possamos continuar a trabalhar com afinco em prol da Literatura e da boa política cultural no Tocantins. Todos nós, tocantinenses de nascimento ou por adoção, merecemos crescer e nos desenvolver culturalmente. Muitíssimo obrigado.
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Osmar Casagrande (foto) é operário das letras: poeta, contista, cronista. E-mail: osmar.casagrande@gmail.com
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