Por Zacarias Martins
Esse negócio da Câmara de Gurupi, no Estado do Tocantins, aprovar uma boa pensão para as viúvas de ex-vereadores que faleceram ou que venham a falecer durante o exercício do mandato parlamentar é algo que realmente não consigo digerir, já que a vereança não é emprego e sim função pública e quem paga a conta somos nós, os contribuintes.
E já começou a aparecer a primeira conseqüência de tal medida. As esposas de candidatos a vereador estão bastante motivadas com a campanha para eleger os seus maridos. Já pensou se o cara se elege e depois, por uma dessas inexplicáveis fatalidades da vida - Pimba! -, bate as botas? A "pobre" da viúva terá direito a uma pensão vitalícia de R$ 2.200,00.
Há alguns anos, a Câmara de Vereadores de uma cidadezinha do interior de Minas também chegou a aprovar um projeto semelhante e, misteriosamente, nove dos seus dez parlamentares, começaram a morrer misteriosamente. Uns por atropelamentos sem explicação, outros, por "doenças desconhecidas" e teve ainda um que foi assassinado durante um assalto ainda não esclarecido. Só não morreu na "ativa", o presidente da Casa, que somente por pura coincidência, era solteiro.
Assustados por causa de tanta "coincidência", os suplentes casados se recusavam a assumir as vagas deixadas pelos colegas falecidos, até que o presidente da Câmara de Vereadores, num ato corajoso, colocou fim a questão: apresentou um projeto revogando todos os dispositivos da lei que criava a pensão vitalícia para as viúvas, tendo sido aprovado por unanimidade!
A partir daquele dia os vereadores daquela pacata cidade respiraram aliviados.