Por Zacarias Martins
Um grupo de 20 acadêmicos do quarto período do curso de Farmácia da Faculdade Unirg esteve ns dias 28 e 29 de março em Natividade, a 226 km de Palmas, participando do Projeto Trilha, coordenado pelo professor Cláudio Franco Diniz. A iniciativa contou com o suporte técnico da zootecnista Mileny Simão, coordenadora da Escola Agrotécnica de Natividade a participação de cerca de 150 alunos e funcionários daquela instituição.
Diniz explicou que o projeto objetiva proporcionar aos acadêmicos do curso de Farmácia um contato real, ativo e participativo com a biodiversidade vegetal típica da região do cerrado disponível na Serra de Natividade, possibilitando a prática do que estudaram nas disciplinas de Farmacobotânica e Farmacognosia.
"Realizamos uma abordagem prática junto aos acadêmicos, explorando e relacionando com os aspectos históricos, sociais, culturais, econômicos e ambientais da região", afirmou o professor, ressaltando ainda que foi praticado o ecoturismo sob a ótica da conservação e preservação dos recursos naturais e, conseqüentemente das plantas medicinais, e da valorização da riqueza social, histórica e cultural de Natividade em contexto local, regional e nacional.
Também aconteceram palestras e oficinas na Escola Agrotécnica de Natividade visando a divulgação da utilização empírica e científica da flora medicinal da região na terapêutica de bovinos, suínos e aves.
Trilhas Ecológicas Interpretativas
Foi realizada uma trilha interpretativa com os acadêmicos no lado norte da Serra de Natividade, com o eixo temático a "Flora Medicinal do Cerrado". No decorrer da trilha foram demonstradas espécies vegetais e informadas as suas características biológicas e ecológicas, as formas de uso pela população, as indicações terapêuticas e possíveis contra-indicações.
De acordo com o professor Cláudio Diniz, a interpretação ambiental se fundamenta na captação e tradução das informações do meio ambiente. Contudo, não lida apenas com a obtenção de informações, mas com significados, buscando firmar conhecimentos e despertar para novos, exercitar valores cognitivos, criar perspectivas, suscitar questionamentos, despertar para novas perspectivas, fomentando a participação da comunidade e trabalhando a percepção, a curiosidade e a criatividade humana.
"O instrumento da educação ambiental visa a integração sócio-ambiental através do conhecimento dos recursos naturais e da valorização do meio ambiente, da transformação do ser humano em agente transformador e multiplicador das concepções obtidas e absorvidas e da melhoria da qualidade de vida", explicou enfatizando ainda que as trilhas, como meio de interpretação ambiental, visam não somente a transmissão de conhecimentos, mas também propiciam atividades que revelam os significados e as características do ambiente por meio do uso dos elementos originais, por experiência direta e por meios ilustrativos, sendo assim instrumento básico de programas de educação ao ar livre.
"Assim, as trilhas constituem um instrumento pedagógico importante, por permitir que em áreas naturais sejam criadas verdadeiras salas de aula ao ar livre e verdadeiros laboratórios vivos, suscitando o interesse, a curiosidade e a descoberta e possibilitando formas diferenciadas do aprendizado tradicional", finalizou
Foto: Cláudio Frascari